domingo, 30 de maio de 2010

CARRO BATIDO NO SUPER MERCADO ...

Hoje encontrei com uma família amiga e, como sempre que nos reunimos, rimos muito juntos. Entre os assuntos que mais provocaram risadas estava a história de quando "bateram" no meu carro, no Bon Marché da Ilha do Governador, há alguns anos... Vou contá-la para vocês por sugestão da filha mais nova do casal, que eu gosto demais!
Fui ao super mercado para compras do mês. Depois de esvaziar dois carrinhos no porta-malas de um Tempra, dei a volta para entrar no carro e surpresa: ele estava arranhado, bem próximo ao farol, do lado esquerdo. Fiquei indignada! Puxa! Que azar! Como iria explicar para o meu marido que eu não tinha tido culpa! Que ao voltar para o carro tinha encontrado ele daquele jeito, com a pintura metálica danificada?
A melhor opção é pedir o ressarcimento do prejuízo, pensei. Então, procurei um segurança no estacionamento e, quando o achei , relatei o ocorrido. Ele, então, subiu para o andar do mercado e voltou com mais dois homens. Um deles, apresentou-se como sendo da administração e me pediu que preenchesse duas folhas em uma prancheta, enquanto ele tirava várias fotos do carro. Prontamente, achando que tudo iria se resolver da melhor maneira, respondi todas as perguntas do questionário e aguardei ele terminar de documentar em imagens o incidente com meu carro. Quando ele terminou, pediu-me para emprestar-lhe o ticket do estacionamento, para ele poder xerocar na administração e juntar ao "processo". Não vi porque não entregar-lhe, porque ele deu a entender que tomaria providências a meu favor. Depois de quase duas horas esperando ele voltar, achei melhor perguntar ao segurança ,que já havia se afastado, onde era a administração. Ele me indicou e fui até lá. Um dos homens que desceram estava sentado em uma mesa. Pedi a ele que chamasse o outro, que tinha ficado com meu papel do estacionamento. Ele pediu que eu esperasse um pouco, que durou muito, para ser atendida. Quando o segundo homem voltou, entregou-me a xerox do ticket do estacionamento. Disse-lhe que queria o original, porque afinal era o documento que eu tinha para confirmar que o carro estava estacionado lá, no momento que tinha sido "danificado", já que na entrada e na saída  tinham camêras registrando toda  a movimentação dos carros no local. Ele se recusou a me devolver. Então, insisti que ele havia pedido o original para "xerocar" e que tinha ficado de me devolvê-lo. Ele respondeu que tanto fazia um ou outro e eu aleguei que este era mais um motivo para ele me devolver o ticket e ficar com a xerox, até porque, meu carro ainda continuava estacionado lá e eu precisaria dele para sair. O tal "administrador" disse-me que a minha entrada já estava liberada e que eu não iria precisar do ticket. Querendo ter certeza se ele realmente tinha abusado da minha boa fé, perguntei-lhe o que seria feito sobre a "batida" no meu carro. Ele respondeu rapidamente que "nada" aconteceria. Fiquei indignada! Quis saber porquê ele então tinha dado a entender que bastava eu preencher os papéis, que ele juntaria as fotos e começaria um processo de ressarcimento. Ele alegou que era a única maneira de eu concordar em entregar-lhe o ticket do estacionamento. Achei um absurdo e protestei, exigindo que ele me devolvesse o papel e me desse as folhas preenchidas com meus dados, para eu rasgá-las. Ele, pegou o ticket, me mostrou e guardou no bolso, dizendo que ficaria guardado com ele até minha saída e depois ele juntaria com o restante das informações para se defender de uma possível cobrança futura da minha parte. Quando protestei, mais uma vez, dizendo que se fosse um homem, ali, naquela situação, ele teria agido de forma diferente, ele fez um gesto e dois seguranças, que já estavam atrás de mim, quiseram me retirar pelos braços. Pedi que me soltassem imediatamente e disse que iria chamar um homem da minha família para conversar com ele de igual para igual, porque estava me sentindo desrespeitada e agredida por ser mulher. Tentei várias vezes falar com meu marido, que estava viajando a trabalho, como fazia regularmente, e não consegui. Realmente, eu não tinha levantado a voz nenhuma vez, mas estava a ponto de chorar, de impotência e raiva por toda a situação. Foi quando resolvi ligar para o meu primo, marido da minha prima, cujo pai foi Brigadeiro da Aeronáutica. Ele me atendeu e eu contei tudo o que tinha acontecido. Imediatamente, ele falou que viria ao meu encontro. Voltei para o estacionamento, próximo ao carro e fiquei com dois seguranças ao meu lado. Quando meu primo chegou, acompanhado do pai e de dois amigos, os seguranças já ficaram diferentes. Fui logo contando tudo de novo. O Brigadeiro ouviu atentamente meu relato. Depois fez algumas perguntas aos dois seguranças, que eu não sabia, eram também dois policiais fazendo uma segunda jornada., ele pediu que chamassem uma patrulha da polícia militar para que fosse feito um B.O. - Boletim de Ocorrência. Eles não queriam que fosse feito, mas o pai do meu primo insistiu e disse que a alternativa era irmos todos para a delegacia. Bom fomos eu e ele no carro da patrulha, uma "joaninha" (fusca), na época. Os outros nos seguiram no carro que vieram. Enquanto isso, minhas compras ficaram derretendo no carro. Ao chegarmos na delegacia, o Brigadeiro pediu para fazer a ocorrência com o Delegado. Os dois seguranças foram falar primeiro com ele e depois nós entramos. O Delegado tentou de todo jeito nos dissuadir do registro da ocorrência, mas o pai do meu primo não abriu mão disso. Quando os seguranças foram chamados para falar, tentaram negar tudo, mas muito inteligentemente, o Brigadeiro perguntou: Se nada aconteceu como ela está contando, por que então, o ticket do estacionamento que deveria estar com ela, já que o carro continua lá, está no bolso dele?" Sem resposta, diante de um fato incontestável que servia como prova de tudo o que ocorrera, o Delegado acabou concordando em relatar tudo oficialmente. Sai da Delegacia me sentindo vitoriosa, pronta para abrir um processo de perdas e danos contra o Super Mercado, para me ressarcir do prejuízo do carro e pelo transtorno que havia passado.
Voltamos para o estacionamento, fomos para nossas casas e a noite, quando estava acabando de guardar o que havia sobrado das compras, meu marido, finalmente, me ligou, porque tinha recebido o recado.
Quando acabei de contar tudo para ele, detalhe por detalhe, ele me perguntou onde tinha sido a batida. Eu respondi. Ele me disse: - Caraca, Paula! Você não se lembra? Este arranhão aconteceu quando você estava descendo a rampa da garagem e o bêbado entrou junto contigo, há alguns dias, lembra?
Morri de vergonha. Liguei imediatamente para o meu primo que me chamou de maluca, mas acabou rindo muito.
Mas, isso não muda o fato de que os funcionários do Super Mercado foram mal-intencionados, desrespeitosos, abusados e truculentos, não é?

Paula Bittencourt

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